antes de ler esqueça as letras



sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

OLHARES LANÇADOS PELO AFETO



O varal pelado se aprumava no vento.O prendedor de roupas desocupado de tudo, não conseguia ficar em pé,
e dormia como um morcego de cabeça para baixo.

Deixei as roupas sujas.
Não tive coragem de atrapalhar!




segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

NOVE



O casamento me entendeu mais do que a esposa.

Os cabides pelados sem roupas.O excesso de espaço na cama.
A mesa com dois lugares vazia.O consumo de água das últimas contas.
A casa me diz.

O meu lar se tornou uma vitrine de shopping.



quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

MIÚDOS MOMENTOS DE SER GRANDE


O que amei.
Foi o que sorri.

O que guardei.
Foi o que senti.

O que chorei.
Foi o que ficou em mim.


Eu não posso dizer a verdade.Mais!
      - O que é que Eu vivi ?

sábado, 11 de dezembro de 2010

sábado, 4 de dezembro de 2010

A FAVOR DO FUTURO


O registro da alma não se cicatriza.
O vivo acolhe todos os instantes.-E não encontra nada!
Nada além do que se resumiu.

E de uma hora, para outras horas,
a alma estará sozinha.
-Só mais uma vez!


*registro para  minha avó que se foi.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

UMBIGADA


 Barriga dá nó, dentro de umbigo.
 Toda pele de umbigo não é lisa.
 Umbigo é sinal de nascença.
 Umbigo é o buraco mais fundo da barriga.

 Quem já olhou para o seu próprio umbigo, já foi um dia egoísta.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

SOLUÇO E SEU USO.


Quem que nunca se enforcou com soluço?

Ele tem vida própria, e quando aparece dá soco no acaso, e se mostra.
O soluço é um terremoto de aproximadamente um segundo. 
Ele levanta o chão da garganta.
Capota a respiração.
Desafina as cordas vocais.
Espanta a paciência.
Usa uma palavra sem vogal.
Tira toda a afeição do rosto, e depois vai embora.

O soluço é um resmungo.
E tem uma carreira solo dentro da gente.


sábado, 20 de novembro de 2010

VELHICE




O mais velho está mais próximo de ser eterno.
-Eu queria alcançar a eternidade.
E sendo eterno.Eu viveria encarando esses dias como se fossem farelos de pão,
como se fossem sobras de construções inacabadas.
Eu daria muitas risadas no fim dos dias.Eu acolheria com mais tempo as sobras.Eu teria mais lembranças dos que já foram e ficaram em mim.Eu nunca estaria atrasado para nada.Eu dividiria minha força com o vento.
Seria um velho abandonado no asilo da vida.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

SORRISOS E OUTRAS FORMAS DE CHORAR




Assediar a escuridão com luz de lanterna.
Contaminar o sofá de preguiça ao se espreguiçar.
Interromper a conversa, para boca se espreguiçar com um bocejo.
Usar o travesseiro da cama como um degrau para os sonhos.
Conquistar o que não têm preço.
Encontrar nos hábitos novidades.
Ter silêncio para ouvir.
Chorar com as lágrimas.
Verificar nas cinzas a força do fogo.
Unir os dois pés para não ter passos.
Descobrir que quando as compras do mês acabam antes,
nossa fome avançou um mês a mais.

sábado, 13 de novembro de 2010

CALENDÁRIOS


Os calendários me servem como vidas.

Germinam futuros,
me salga saudades.
E adormecem o presente
nunca bem vivido.

Estou viciado em contar, dias!

O calendário é um velho senhor
de memórias vivas.
De presente constante.

Nunca serei eterno como os dias.
Mais a dias, espero que o tempo esqueça,
da minha morte!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

PORTANTO


Eu acredito na resposta do acaso.
Nas paixões que nascem pelas brigas.
No retorno dos pássaros aos próximos verões.

É na hora que se arrebenta a sándalia,
que se percebe o quanto passou rápido nossas vidas.

Eu atrasei meu relógio buscando o último fôlego.
Minha esperança é ontem.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

"O HOMEM QUE ENGAR(R)AFAVA PALAVRAS"


Unir o grão
separadamente.

Se(R)
        para(R)
                da(R)
                         mente.

Iludir(R)
O que significa(R).

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

QUE A ESCRITA ME LEIA.


Que a escrita me leia
dentro da sua poesia.
Que eu não me cale
perante o silêncio das palavras.
Que eu não saia ileso
de cada poema escrito.
Que eu consiga retratar
o que meus olhos não enxergam mais.
Que o meu suor
se derrame pelo prazer.

Eu leio demoradas vezes o meu fôlego.
E o mundo me inspira,
com um sopro dobrado nas costas.

Eu vou chorar sim.
Chorarei quantas vezes for preciso
para sentir, e ver, a beleza de viver.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

"ASPAS"


É tarde de mais o tempo atual.
Passa de agora tudo que penso.
O meu tempo é manhã.

sábado, 16 de outubro de 2010

SOBRE- VIVENTES


Até aparecer amanhã,
fico de hoje para trás ontem.

Se o dia me aparecer
de amanhã em diante.

-Prometo!

Fico para sempre de frente o infinito.

domingo, 10 de outubro de 2010

A.C / D.C


Antes de Cristo, onde você estava?
Depois de Cristo, onde estarás?

....que me sobre tempo agora.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

AMOR


A
memória
do
amor
é
recente.
Está
guardada
no
primeiro
beijo.

Nos últimos instantes das bocas.

-Cuidado!

O
amor,
é
um
caminho
sem
volta!


sábado, 2 de outubro de 2010

COISAS,DENTRE AS COISAS,DE FORA.


Hoje. Hoje sim, eu aprendi a planejar melhor os meus erros.
Aprendi a facilitar com mais precisão minhas confusões, e ter fé.
Fé nas desconfianças.

Eu garanto, meu desespero por coisas preciosamente inúteis.

Hoje.Hoje eu aprendi a usar a vaidade de um mendigo, a incerteza
de um idoso, a preocupação singela de uma criança.
E o silêncio de uma lápide, que diz sempre em silêncio.

Tenho inveja das pedras, que vivem é nunca são vistas, são inúteis.
Tenho inveja dos andarilhos que nunca chegam em lugar nenhum,e são inúteis.
Tenho inveja da altura do copo que tomo café, pois é inútil sua altura.

Tenho pouca inutilidade ainda.
Mais tenho chance de me despreparar melhor.


sexta-feira, 24 de setembro de 2010

domingo, 19 de setembro de 2010

terça-feira, 14 de setembro de 2010

1° VIDA


A maior oportunidade que tive na minha vida, foi ser criança.
Existia uma verdade absoluta sobre tudo.
Minhas maiores verdades estão lá...
A infância não pode ser vencida, dentro da nossa velhice.
A infância, é um caminho sem volta.











domingo, 12 de setembro de 2010

ATÉ BREVE


Minha vida,
demora dentro de mim.

Às vezes esqueço de ser.

E vou sem viver,
sendo apenas rotina.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

NA PONTA DOS CÍLIOS


A chuva anda em gota d'agua.
E mais transparente que suas formas de gotas,
só as lágrimas.

Quando não tenho mais choro,
uso o sorriso, para esconder a alegria.




domingo, 29 de agosto de 2010

OS 10 MANDAMENTOS DOS PASSÁROS

correr atrás do vento.
não ter medo de altura.
não ter inveja dos papagaios, e viver assobiando.
não usar o discursos dos galos.
não dá ouvido as palavras soltas ao vento.
ter uma casa na árvore.
aprender a se equilibrar em varais, fios.
andar em cima do muro, é não decidir com pena.
fazer bico nas conversar.
nunca voar de encontro ao sol.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

POEMA IDOSO

Com mais idade, terei tempo de ser velho.
Serei atual com as lembranças,
buscarei às provas da casa no pano de chão.


A velhice guarda às palavras antes do silêncio.


O velho brigão saberá o que é,
correr atrás do vento.
As rotinas serão quebradas,
com os detalhes das saudades.


Com 100 anos,
tudo que você não conseguir realizar,
não passará de um sonho.

Não passará de ti.



quarta-feira, 18 de agosto de 2010

sábado, 14 de agosto de 2010

PAPO DE OUVINTE

Palavras saem da boca.
Silêncio mora dentro da gente.


Palavras ocupam idiomas.
Silêncio uma pátria universal.


Palavras tem muito do que achamos,
e silêncio muito do que pensamos.


Quando não se encontra mais palavras, o silêncio fala melhor .

sábado, 7 de agosto de 2010

PAIS, FILHOS E NETOS

O maior patrimônio que um pai deixa para o filho, é a sua própria infância.
E quando isso acontece.
O amor têm um mandato de busca e apreensão, da alma!!!!


sexta-feira, 30 de julho de 2010

ACIMA DA CHUVA

Enxerguei minha solidão com luz de vaga lume. -Era claro!
Clara, escuridão da noite.

O chão me servia como tapete, e a névoa cobertor.
Eu fugia sem personalidade, com trajes de esquecimento.

Em um caixa de fósforo cabia o fogo das lembranças!

quarta-feira, 28 de julho de 2010

NUDEZ

Todo cabide guarda em si o formato de uma roupa.
No guarda-roupa a falta de nudez.
O homem acompanhará o corpo dá roupa.E só na mulher a roupa acompanhará o corpo.
Mais que ninguém, o varal terá a liberdade de se vestir, de improvisar cachecol nas tardes de verão.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

PERTO DO ACASO

O que já contei de histórias em tosse, nossa!
Nascia no céu da boca, as vozes.
Não podia espreguiçar a boca com bocejo para não espantar a hora de tossir.
Bebia água, para as palavras nadarem, nadarem, nadarem.....
Disputei muita tosse com cão de guarda.
Utilizava um idioma sem pátria!
-Uma pátria dentro de mim.











BRIGA DE OLHO

Uma das minhas maiores brigas que já tive foi com o cisco de olho.
Eu tentava vê-lo com os dois olhos, dentro do mesmo olhar, ele adentrado
nas profundezas da minha visão.

Comprei briga!

Separei os cílios, subi dois andares de sobrancelha.Estiquei o olho na vertical e não enxergava o cisco.E não enxergava o cisco.

Pedi auxilio aos colírios,dedos,espelhos,água e sopros.
E nada, e nada, e nada.

Quando chorei ele decidiu me deixar.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

PALAVREIRO

Gosto muito de repousar no acento das palavras.
De solta-las como respiração..........................
Adoro descobri-las:

Nos gestos dos animais.
Nas falhas das calçadas.
Nas cicatrizes das xícaras de café.
No jeito bobo dos cachorros de rua.
E no caminhar elegante do velho moço.
Eu contrabandeio palavras


entre

linhas

sai letras ............