antes de ler esqueça as letras



domingo, 10 de abril de 2011

APANHADOR

Eu adorava guardar poemas no fôlego de minha avó.
 Sempre buscava os prediletos no seu cangote. 
Ela muitas vezes confundia meus versos com suas receitas,
 e fazia bolos de poemas.
 Adorava ninar melodias na cadeira de balanço, 
e os pássaros por sua vez revisavam as canções.

Sempre gentil ao mundo, meu avô guardava nos bolsos dos paletós, poemas de esperança.
Dizia sempre.
 Que tudo um dia terminaria. Que só com o fim, o fim das coisas. A esperança nasceria.

Aprendi a publicar meus poemas,
 nas memórias inventadas, 
no restante 
instante de ser 
esperança.

4 comentários:

  1. Avós tem naturalmente ar de poesia ...
    lindo!

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  2. maravilhosas tuas lembrancas de avoh...Eh o cotidiano das minhas relacoes que me encanta. Tuas memorias sao poesias. Lembrei do cheiro do meu avoh. Obrigada ! Adorei !

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  3. Que retratos mais lindos da esperança seus versos colorem... Quanto encanto revelam os poemas de seus avós, através de você!

    Obrigada, Nielson, pelas suas visitas ao meu blog e pelas palavras que você me escreve, certamente adoçadas com o mesmo açucar dos bolos de sua avó.

    Um grande abraço
    Bel Pakes

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  4. Que lindo!
    Somos o poema que escrevemos.

    Beijos.

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em memória